O ano de 2024 reserva novos investimentos do Governo Federal na infraestrutura de portos e aeroportos do Brasil. Ao menos foi o que a ministra-interina de Portos e Aeroportos, Mariana Pescatori, anunciou durante sua participação no painel temático do seminário “Encontro Regional Sul do Brasil: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – Infraestrutura e Logística: desafios e oportunidades de investimentos”, evento organizado pela Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (FRENLOGI).

Além dos R$ 2 bilhões recentemente anunciados para a execução de obras de infraestrutura em portos no Brasil, outros R$ 650 milhões estarão destinados à manutenção e concessão de hidrovias pelo país e mais R$ 14 bilhões serão destinados a aeroportos. “Esse governo tem uma importante missão em de retomar os investimentos públicos, tanto no setor de portos quanto nos setores de hidrovias e, por fim, no setor aeroportuário”, ressaltou a ministra.

Os investimentos para o setor portuário chegarão a 5 vezes do total investido no ano passado. “Junto à Casa Civil, o Governo estuda a viabilidade de implementação de uma Secretaria Especial de Hidrovias vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos para que políticas e investimentos sejam melhor direcionados para esse setor”, completou Mariana. “Nossa carteira do PAC é feita em 80% do setor privado. Até 2026, temos a perspectiva de investimentos na margem de R$ 78 bilhões no setor Portuário, sendo R$ 14 bilhões apenas em novos arrendamentos”, concluiu.

Diretor-Superintendente da Portonave, Osmari de Castilho Ribas apontou para as expectativas do setor privado de navegação para os próximos anos. “Na iniciativa privada, a expectativa é de que haja investimentos em portos capazes de receber navios cada vez maiores. O que nossa indústria mais busca é ganho de eficiência e produtividade. E à maneira que estamos mais competitivos, também queremos nossos produtos mais competitivos em nível mundial”, concluiu.

Aviação Civil na mira de investimentos

Para o deputado Julio Lopes (PP/RJ), é importante que o Governo Federal estude também formas de ampliar a eficiência da frota aérea brasileira na aviação civil.

“Hoje, são apenas 445 aeronaves em território brasileiro, enquanto que pelo menos 10% deles possuem algum impeditivo de realizarem suas operações por falta de reformas em turbinas ou em maquinário”, salientou o deputado, que é vice-presidente da Câmara Temática Setorial Aeroportuária da FRENLOGI.

Já para o chefe do Departamento de Logística do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Tiago Toledo, essa questão deve ser tratada como prioridade pelo governo. “A pandemia desestruturou toda a indústria aérea e comprometeu principalmente a cadeia logística em torno dessa indústria. Não são apenas as empresas que não têm o dinheiro para realizar essas reformas. Também está faltando mão-de-obra e, por vezes, até, peças para que sejam realizadas as adequações”, complementou o representante do BNDES.

Ao falar sobre a Região Sul, Tiago também demonstrou atenção para os programas de oferta de passagens aéreas em tempos de reaquecimento do setor. “O brasileiro quer voar. Estamos prestes a ter um programa de facilitação e democratização da compra de passagens aéreas, mas a oferta ainda não se equiparou a essa demanda”, concluiu.

Santa Catarina destoa da Região Sul

Em tempos de retomada de crescimento diante das condições impostas pela pandemia, Toledo ainda enfatizou a perda de fôlego da Região Sul na movimentação turística, apesar do bom desempenho do estado catarinense nos últimos anos. “À exceção de Santa Catarina, a Região Sul ainda não conseguiu, inclusive, recuperar a demanda de passageiros anuais desde a pandemia, estando ainda 6% abaixo da movimentação esperada para a região anualmente. Enquanto isso, o estado vive o oposto e, em 2023, registrou alta de 6% na movimentação em comparação com o período anterior à pandemia”.

Transmissão ao vivo

O evento contou com transmissão ao vivo e você pode assistir à reprise através do link abaixo:

https://www.youtube.com/live/Cflwk00LtlA?si=qN4okW9KEPtgnIDi

O Encontro Regional Sul do Brasil foi realizado pela Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (FRENLOGI) em parceria com a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACAERT), e contou com o patrocínio do Instituto Praticagem do Brasil, da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) e Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres (ABRATEC), e apoio do Instituto Brasil Logística (IBL), Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Federação das Empresas de Transporte de Cargas de Santa Catarina (FETRANSESC), Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, Rodovias & Vias, Ferrovia Tereza Cristina (FTC) e Governo do Estado de Santa Catarina, além do Fórum Parlamentar Catarinense, Bancada Paranaense e Bancada Gaúcha.