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Banco selecionará 5 fundos, que receberão até R$ 500 milhões cada, para projetos com foco em saneamento e mobilidade.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu uma chamada pública para investir até R$ 2,5 bilhões em fundos de infraestrutura. O processo competitivo vai selecionar até cinco fundos, onde serão alocados R$ 500 milhões em cada um deles, e há expectativa para alavancar ao menos R$ 5 bilhões adicionais do setor privado. O anúncio da chamada pública foi divulgado nesta segunda-feira (17), e os gestores interessados em receber os recursos deverão enviar propostas até o dia 4 de março.

A escolha dos projetos será feita pela equipe do BNDES, que irá avaliar a tese de investimento do fundo, sua governança, os custos, além da gestora e da equipe envolvida. A intenção é concluir essa seleção até o final de junho de 2022.

“O objetivo do BNDES é aumentar seus instrumentos de atuação em infraestrutura. Já temos investimentos diretos, financiamentos, e agora queremos alocar recursos por meio de fundos”, explica Bruno Laskowsky, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto da instituição.

Trata-se de um novo mecanismo de investimento. A ideia é impulsionar fundos de crédito (para conceder empréstimos a projetos e empresas) e fundos de participações (que entrarão diretamente no capital dos negócios). Dos cinco fundos selecionados, dois serão de crédito e três, de participações.

A prioridade será dada aos projetos de saneamento básico e mobilidade urbana, que causam um grande impacto social e que atraem menos recursos atualmente. Também há uma preferência por fundos de investidores institucionais (que administram dinheiro de terceiros) e com critérios de mensuração de impacto social e ambiental.

Laskowsky destaca outros dois focos buscados na seleção. O primeiro é que os investimentos sejam feitos em operações de “project finance” – nas quais o projeto se “autofinancia”, dando como garantia seu próprio fluxo de caixa, sem recorrer a garantias externas, das empresas envolvidas.

O segundo objetivo é alongar o prazo dos empréstimos e acompanhar o “timing” de longo prazo da infraestrutura. Para isso, a linha de ação será determinar que os fundos sejam fechados (sem possibilidade de resgate) com um prazo mínimo de oito anos. Porém, esse prazo pode chegar a 15 anos (no caso dos fundos de participações) e a 20 anos nos fundos de crédito. “Queremos trazer investidores institucionais e dar a eles mais segurança para colocarem recursos em projetos de infraestrutura no Brasil, por um prazo longo”, diz Filipe Borsato, chefe do departamento de gestão de investimentos em fundos do BNDES.

Dessa forma, o BNDES seria um “minoritário relevante”, com até 50% de participação nos fundos de crédito e até 25% nos de participação. O gestor privado é quem vai decidir quais projetos específicos receberão os investimentos. “Obviamente haverá uma política de direcionamento dos setores que receberão investimentos, mas, uma vez que isso for definido, a decisão é independente”, afirma Borsato.

Laskowsky destacou que o caráter de longo prazo do projeto é uma salvaguarda para evitar intervenções políticas na alocação dos recursos. “Estamos falando de projetos de 15, 20 anos. Isso transpassa qualquer ciclo de governo. O país tem uma lacuna enorme em infraestrutura. A conta que se faz na hora de pensar o investimento é: tem demanda, tem gente preparada para tocar as obras, tem bons estruturadores, tem financiamento. Estabilidade ajuda muito, claro, mas o tema central aqui não é volatilidade eleitoral.”

A Frenlogi atua no Congresso Nacional para viabilizar novas formas de financiamento para grandes obras estruturantes no Brasil. A iniciativa do BNDES de destinar recursos à infraestrutura de mobilidade e ao saneamento básico será importantíssima para o país. Além de facilitar o ambiente de negócios e baratear custos de transporte, investir em saneamento básico ajuda o Brasil a resolver enormes problemas de saúde pública e de proteção ao meio ambiente de uma só vez.

Nessa mesma linha de atuação, a Frente vai trabalhar para aprovar rapidamente o Projeto de Lei nº 2646/2020, que cria as Debêntures de Infraestrutura e auxilia na captação de mais recursos públicos para obras em infraestrutura, geração de energia e saneamento básico, entre outras. Encontrar soluções que desenvolvam o Brasil e gerem empregos é o compromisso da Frenlogi e de todos seus membros.


Fonte: Valor Econômico