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Investidores estratégicos e parceiros financeiros terão um lugar para se encontrar e com informações detalhadas sobre o mercado.

Para aproximar investidores a novos projetos de infraestrutura brasileiros, o BNDES criou uma plataforma digital com informações detalhadas de projetos de concessão e privatização. A ideia é amplificar a atuação do banco público e torná-lo um banco de investimentos, unindo boas oportunidades a interessados que queiram participar de associações, parcerias e consórcios. É encurtar o caminho de quem procura o capital e do capital que procura um sócio estratégico.

“A função inicial do hub era ser capaz de mostrar aos investidores toda a carteira do banco, com cerca de 120 projetos. Juntos, eles representam um capex [investimento] da ordem de R$ 260 bilhões. Quando acrescentamos os projetos de Paraíba e Sergipe em saneamento, esse total sobe para R$ 270 bilhões e considerando as outorgas potenciais pode facilmente alcançar ou superar R$ 300 bilhões”, destaca Fabio Abrahão, que lidera a diretoria de concessões e privatizações do BNDES.

A plataforma foi inspirada em um portal de projetos do México. O grande objetivo é facilitar o acesso de interessados à grande quantidade de projetos disponíveis no Brasil. “Em rodovias, temos entre 17 e 18 mil quilômetros em concessões. Significa quase dobrar o mercado privado, pois o Brasil tem hoje 21 mil quilômetros concessionado”, relembra Abrahão. Ele destaca que existem hoje no Brasil quatro participantes nesse mercado, e que talvez seja necessária a atração de novos entrantes.

Esse é o mesmo raciocínio aplicado ao segmento de portos, onde já existem operações privadas. Contudo, Abrahão afirma que nenhum grupo que opera atualmente em terminais portuários também atua como autoridade portuária — onde estarão as próximas concorrências. Com relação ao saneamento básico e o novo marco regulatório em vigor no Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas são atendidas pela iniciativa privada. Detalhe: somente os novos projetos prontos aos cuidados do banco podem atender 35 milhões de pessoas.

“Para se ter uma ideia, os contratos da privatização da Cedae foram homologados e apenas um dos grupos abriu 700 vagas de emprego. O impacto total esperado é de 45 mil posições”, comenta Fabio Abrahão.

Na plataforma lançada pelo BNDES, os interessados acessarão informações sobre as concessões, dados setoriais e poderão preencher um cadastro mais detalhado para se colocar à disposição de receber contato de outros interessados. Todos os dados serão protegidos por sigilo de informação, garante o banco.

O diretor de concessões e privatizações afirma que o BNDES percebeu que será necessário atrair novos interessados para operar no Brasil em diversos setores. Em outros pontos, a saída é criar um mercado ‘do zero’, como é o caso dos ativos ambientais. O banco tem 40 unidades de conservação para serem oferecidas à iniciativa privada e esse total vai alcançar 50 em breve. Abrahão revela que o primeiro leilão do tipo será o do parque de Foz do Iguaçu e acontecerá no fim de 2021. O Brasil não tem um mercado especializado nesse tipo de ativo; portanto, será essencial chamar atenção do público externo e facilitar o acesso a investidores para que os leilões tenham sucesso.

Criar novas maneiras de atrair projetos de infraestrutura a investidores é uma ótima forma de desenvolver a economia brasileira. A Frenlogi é entusiasta da participação privada na obtenção de recursos para novos investimentos. Conseguir dinheiro para fomentar a infraestrutura em um cenário de baixa arrecadação é um enorme desafio. Por isso, a nova plataforma digital criada pelo BNDES é muito bem-vinda e a Frente vai atuar para aprimorar ainda mais a captação de investimentos que desenvolvam a malha logística, de transporte, de saneamento básico e de geração de energia do Brasil.


Fonte: Revista Exame