Você está visualizando atualmente Detalhes do túnel imerso Santos-Guarujá

Detalhes do túnel imerso Santos-Guarujá

Confira aqui detalhes do projeto que promete solucionar gargalos logísticos em São Paulo.

O túnel imerso Santos-Guarujá, cujo edital foi lançado ontem, será estruturado no modelo de Parceria Público-Privada (PPP). O projeto prevê investimentos totais de R$ 5,78 bilhões, com um aporte público de R$ 4,96 bilhões para viabilizar a iniciativa. O leilão está previsto para 1º de agosto.

As despesas operacionais estão estimadas em R$ 1,33 bilhão, e a contraprestação anual será de R$ 304 milhões após o início da operação. A receita tarifária projetada para o sexto ano de operação é de R$ 2,16 bilhões.

O empreendimento terá 1,5 km de extensão e será desenvolvido como um ativo greenfield – ou seja, em uma área sem infraestrutura prévia, permitindo total liberdade para o planejamento e execução do projeto. O prazo de concessão será de 30 anos, garantindo a operação e manutenção do serviço durante esse período.

A futura concessionária será responsável pela construção, operação e manutenção do túnel, que permitirá o tráfego de veículos de passeio, transporte público, caminhões, bicicletas (ciclovia) e pedestres. A solução não compromete o desenvolvimento e a expansão do Porto de Santos.

A obra atenderá a uma demanda histórica da população, reduzindo significativamente o tempo de deslocamento entre as duas cidades. Atualmente, mais de 28 mil pessoas cruzam diariamente as margens do canalutilizando balsas e catraias.

O projeto foi desenvolvido pela FIPE, por meio da Companhia Paulista de Parcerias, e validado por duas consultorias internacionais especializadas em engenharia de alta complexidade. Além disso, já possui licença ambiental prévia.

Por que não uma ponte?

A construção de uma ponte não seria viável devido a restrições técnicas e operacionais:

  • Cone aéreo da Base Aérea de Santos: A estrutura comprometeria a segurança da base e interferiria no tráfego aéreo.
  • Altura mínima para navegação: Seria necessário um gabarito vertical elevado para permitir a passagem de embarcações de grande porte, tornando a obra ainda mais complexa.
  • Vulnerabilidade a condições climáticas: Diferente do túnel, pontes podem ser interditadas temporariamente em situações de ventos fortes ou tempestades, impactando a mobilidade.

Além disso, o túnel reduzirá em cerca de 72.000 toneladas/ano as emissões de CO₂e na atmosfera, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

Etapas da construção do túnel

A estrutura será composta por seis módulos de concreto pré-moldados, fabricados em uma doca seca. Após testes de vedação e impermeabilidade, os módulos serão transportados por flutuação até o local de instalação no fundo do canal. As peças do túnel serão imersas. A tecnologia é inédita no Brasil, mas já utilizada na Holanda, Alemanha, Dinamarca, Estados Unidos, entre outros países.

Preparação do solo: Escavação do fundo do canal e instalação de placas de concreto para suporte.
Construção dos módulos: Produção dos elementos de concreto em uma doca seca, com piscinas provisórias internas para garantir flutuação inicial.
Transporte: Após os testes, a doca seca é inundada, permitindo que os módulos flutuem e sejam rebocados até o local de instalação.
Posicionamento: Os módulos são fixados em pontes flutuantes e alinhados eletronicamente.
Imersão: A água das piscinas internas é bombeada, permitindo que os módulos afundem lentamente, com monitoramento via sensores.
Ligação dos elementos: Guinchos hidráulicos aproximam os módulos para garantir o encaixe perfeito.
Acoplagem: A união final ocorre por diferença de pressão entre os módulos.
Nivelamento: Macacos hidráulicos ajustam a posição e pinos de aço são soldados para fixação. Em seguida, areia é injetada na base para assentamento.
Proteção: Uma camada de pedras recobre o túnel para protegê-lo contra impactos de embarcações e enganchamento de âncoras.

A obra promete solucionar um dos maiores gargalos logísticos do país.

Confira o vídeo do Governo de São Paulo: https://www.youtube.com/watch?v=fiAFQLDM_Fo&t=82s

Fontes: Ministério de Portos e Aeroportos e Agência de Notícias do Governo do Estado de São Paulo.