Enquanto o Brasil celebra recordes na produção agropecuária, com um impressionante crescimento de 15,1% em 2023, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os desafios logísticos continuam a ser uma preocupação central para o país.

Em uma audiência pública conduzida pela Comissão de Agricultura (CRA), o senador Wellington Fagundes (PL-MT) destacou a urgência de investimentos no modal ferroviário como uma solução essencial para os desafios enfrentados. Ele enfatizou que uma parcela significativa da produção ainda é perdida nas rodovias, não apenas devido à ineficiência na manutenção, mas também devido à frequência de acidentes. 

Segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a região das novas fronteiras agrícolas, localizada acima do paralelo 16°S, contribui com 69% da produção nacional de soja e milho. No entanto, apenas 34% dessa produção é escoada pelos portos do Arco Norte, do Amazonas até a Bahia.

Enquanto o governo federal e o setor privado buscam soluções para os gargalos logísticos, é evidente que o investimento no modal ferroviário se torna cada vez mais crucial. A construção da primeira ferrovia estadual em Mato Grosso, destacada pelo senador Fagundes, representa um passo significativo nesse sentido.

Apesar dos avanços legislativos, como o Marco Legal das Ferrovias, aprovado em 2021 para permitir a exploração do transporte ferroviário pelo setor privado, ainda existem desafios a serem superados. A suspensão do projeto da Ferrogrão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), criticada pela senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), ressalta a importância de enfrentar os entraves burocráticos para impulsionar a logística do agronegócio brasileiro.

À medida que o Brasil busca consolidar sua posição como um dos principais players no mercado agrícola global, é essencial que o país adote uma abordagem integrada para melhorar a infraestrutura de transporte, com ênfase especial no modal ferroviário, conforme destacado pelo senador Wellington Fagundes.