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2021 marcará duplicação da BR-163/364 de Cuiabá a Rondonópolis

Consolidação como maior corredor de exportação agropecuário do MT exige troca do controle acionário da concessão

O ano de 2021 promete registrar a conclusão de uma das mais importantes obras de infraestrutura de transportes do país: a duplicação da BR-163/364 entre Cuiabá e Rondonópolis. Nesse trecho de 210 km circulam, diariamente, pelo menos 10 mil caminhões que transportam a produção agrícola de Mato Grosso, estado campeão na produção de grãos e carnes no país.

Produtos que fazem do Brasil uma potência mundial de alimentos. A cada etapa concluída da BR-163, o país ganha em competitividade e Mato Grosso tem papel de destaque no saldo da balança comercial.

Pelo menos 85% da duplicação já foram concluídos, faltando apenas o contorno de Jaciara, cujas obras devem começar no início de 2021, e a conclusão do trecho do Distrito Industrial, em Cuiabá, onde estão sendo construídos três viadutos e pistas laterais que irão separar o tráfego pesado e facilitar o acesso aos bairros da capital.

A duplicação da rodovia começou em 2005 com o trecho da Serra de São Vicente, um dos pontos mais críticos em rodovias no Brasil. Pista simples, asfalto mal conservado, tráfego pesado: muita gente perdeu a vida nesse local. Hoje, está totalmente duplicado em pista de concreto.

Hoje, a realidade para o usuário da rodovia é bem diferente: mais segurança e conforto para fazer o trecho.

E de Rondonópolis até a divisa com Mato Grosso do Sul a duplicação foi realizada pela Rota do Oeste, concessionária que administra a rodovia. 

Da saga ao progresso

A BR-163, no trecho que liga Cuiabá (MT) e Santarém (PA) começou a ser construída em 1970 atendendo projeto do governo federal de integração nacional. São 1.780 km que atravessam importantes regiões do país, como o cerrado e a Amazônia e, nesses anos, a rodovia se consolidou como um dos principais eixos de escoamento da produção agrícola do país.

A abertura da estrada foi uma saga comandada pelo Exército, que enfrentou doenças tropicais e tribos indígenas desconhecidas, além do isolamento e do calor. A conclusão se deu em 1972 e a rodovia se transformou em porta de entrada para o Norte do país, provocando inúmeras mudanças, como o surgimento de novas cidades e a abertura de áreas para a produção agrícola.

Hoje, está totalmente pavimentada e contribui para o escoamento da safra de grãos que sai do centro do País, sobretudo do estado de Mato Grosso, até os portos do Pará, com destaque para Miritituba, no Rio Tapajós, de onde são transportados para os principais centros consumidores em todo o mundo.  O último trecho, de 51 km, entre Moraes de Almeida e Novo Progresso, no Pará, foi entregue em fevereiro de 2020.  

Novo passo para consolidação

A consolidação da BR-163 como o maior corredor de exportação de grãos e produtos da cadeia animal avança. Com um trabalho intenso da Comissão de Infraestrutura do Senado e da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), o Governo promete uma solução para a concessão da rodovia, numa equação a curto prazo. 

Para o senador Wellington Fagundes (PL-MT), a solução seria a troca do controle acionário da empresa que detém a concessão, a Rota do Oeste. Esse fato permitiria constituir um novo plano de investimentos para a rodovia, incluindo a duplicação até Sinop, além da conservação dos 810 quilômetros até a divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul.  

Objetivamente, nos próximos três anos, a rodovia poderá receber investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões.

Um estudo realizado pelo professor Gesner Oliveira, da Fundação Getúlio Vargas, aponta ganhos econômicos e sociais com essa opção: seriam R$ 7,7 bilhões a mais na produção agrícola de Mato Grosso, com a geração de 148 mil empregos.

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