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Uso de energias renováveis cresce no ritmo mais rápido em 20 anos, diz Agência Internacional de Energia

Por causa da expansão, a entidade revisou para cima sua previsão para o crescimento das energias eólica e solar para 2021 e 2022.

A Agência Internacional de Energia (AIE) revelou que a capacidade de produção de energia renovável cresceu em 2020 no ritmo mais rápido desde o início deste século. A informação foi divulgada nesta terça-feira (11). Por causa da expansão, a entidade revisou para cima sua previsão para o crescimento das energias eólica e solar para 2021 e 2022.

Apesar dos “lockdowns” usados para conter a covid-19 terem reduzido a demanda mundial por fontes de energia, as energias renováveis foram a única fonte cuja procura aumentou em 2020, segundo a AIE.

Cerca de 280 gigawatts a mais de capacidade de produção de energia renovável foram criados em 2020, 45% a mais do que em 2019, informou a entidade com sede em Paris. Este foi o maior salto observado desde 1999.

De acordo com a Agência, o aumento ocorreu por causa da construção de fazendas eólicas e solares nas principais economias do mundo. O comunicado também aponta que houve uma corrida para concluir projetos renováveis antes do fim de subsídios governamentais na China, nos Estados Unidos e no Vietnã.

Devido a esse grande avanço em 2020, a AIE elevou suas previsões de crescimento para 2021 e 2022 em cerca de 25%. A expectativa é de um acréscimo de 270 gigawatts na capacidade de produção este ano e 280 gigawatts para o próximo.

A crescente demanda por energia renovável é observada à medida que governos e empresas tentam cortar emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global. “As energias eólica e solar estão nos dando mais razões para sermos otimistas sobre nossos objetivos climáticos, pois quebram recorde após recorde”, disse o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol.

O diretor acrescentou que um maior uso de eletricidade com baixo teor de emissões de carbono é necessário para que o mundo atinja as metas propostas para reduzir o lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera.

Embora as energias renováveis estejam ganhando terreno, os combustíveis fósseis ainda são a fonte dominante no mundo. Em 2019, antes da pandemia, o petróleo, o gás natural e o carvão representavam 81% do consumo global, afirma a AIE. Espera-se que esse número caia para 76% até 2030, embora um aumento da demanda geral signifique uma maior utilização de energia com uso intensivo de carbono.

A AIE estima que a energia solar terá um papel fundamental na expansão da capacidade global de produção de energia renovável, com acréscimos em 2022 previstos para serem 50% maiores do que em 2019. A entidade também prevê um forte crescimento da energia eólica nos próximos dois anos, embora em uma taxa inferior a 2020.

No entanto, a AIE disse que espera que o crescimento da capacidade de produção na China se estabilize com o fim dos subsídios do governo, apesar da promessa de Pequim de atingir o pico das emissões de carbono antes de 2030.

O aumento dos investimentos na Europa, nos Estados Unidos, na Índia e na América Latina deve mais do que compensar qualquer queda nos gastos chineses em energia renovável, indicou a AIE. A União Europeia (UE) planeja desembolsar US$ 1 trilhão para atingir sua meta de ser neutra em carbono até 2050.

A avaliação da AIE ainda não leva em consideração o plano de US$ 2,3 trilhões em infraestrutura proposto pelo presidente americano, Joe Biden. Parte das medidas anunciadas pelo democrata visa combater as mudanças climáticas. Se aprovado, a AIE avalia que o pacote de Biden deve impulsionar uma “aceleração muito mais forte da implantação de energias renováveis após 2022”.

Ampliar o uso de energias renováveis é um dos caminhos para deter o aquecimento global e as mudanças climáticas. A Frenlogi apoia as iniciativas que promovam o uso residencial, comercial e industrial de fontes de energias limpas como a eólica e solar.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, cerca de 71% da energia elétrica utilizada no Brasil em 2020 foram produzidos por fontes hidrelétricas, eólicas e solares. O país é um dos mais utilizam “fontes limpas” em todo o mundo; entretanto, ainda há um imenso potencial não aproveitado.

A Frente trabalha no Congresso Nacional para criar legislações modernas e garantir investimentos nesse setor. O crescimento econômico do país precisa caminhar lado a lado com o respeito e a proteção do meio ambiente.

Fonte: Valor Econômico