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Setor da construção civil terá crescimento de 5% em 2021, estima CBIC

Entidade avalia positivamente as expectativas para os próximos 6 meses; atividade, novos empreendimentos, compras de insumos e contratações seguem em alta.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estima que o setor terá crescimento de 5% em 2021. A projeção faz parte do levantamento Desempenho Econômico da Indústria da Construção Civil e Perspectivas, divulgado nesta segunda-feira (25) pela entidade. Esse será o maior crescimento do setor nos últimos 10 anos.

A CBIC afirma que os empresários da construção “permanecem confiantes”, e são positivas as expectativas para os próximos seis meses em relação ao patamar de atividade, novos empreendimentos, compras de insumos e contratações.

O nível de atividade da construção apresentou leve queda em agosto, mas voltou a subir em setembro. No 3º trimestre, o indicador apresentou a melhor média para o período desde 2010 — 50,4 pontos. O resultado é reflexo da alta demanda por imóveis, de taxas de juros ainda em patamares atrativos e do aumento do crédito imobiliário.

Entretanto, o setor da construção civil precisaria crescer 5% ao ano até 2028 para voltar ao pico de atividades, registrado em 2014. Se houver expansão média de 3% ao ano, a recuperação do nível máximo de atividades ocorrerá em 2033, segundo a CBIC.

O segmento de construção de edifícios lidera o indicador, com 51 pontos, seguido por obras de infraestrutura (50,2 pontos) e serviços especializados (46,8 pontos). Nos números consolidados, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) em setembro ficou em 65% — acima da média histórica de 62%.

Além disso, a pesquisa realizada pela CBIC apontou que o alto custo ou a falta de insumos são os principais problemas do setor pelo 5º trimestre consecutivo. A questão foi apontada por 54,2% dos empresários participantes da sondagem.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), acumula alta de 15,93% nos 12 meses encerrados em setembro. O aumento dos preços ocorreu principalmente por causa dos reajustes nos vergalhões e arames de aço ao carbono, tubos e conexões de ferro e aço, e nos tubos e conexões de PVC.

Cerca de 16% dos empresários informaram no 3º trimestre de 2021 que estão preocupados com o aumento da taxa de juros; no 2º trimestre, esse índice ficou em 10%.

Expectativas
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, mostrou-se otimista em relação ao mercado imobiliário no 4º trimestre. “O mercado continua comprador. A expectativa é que o crédito imobiliário continue crescendo e ultrapasse R$ 200 bilhões”, disse o executivo em coletiva de imprensa.

O representante setorial ressaltou que, nos últimos trimestres, as vendas de imóveis têm superado os lançamentos, o que resulta em redução do estoque de unidades. Por outro lado, Martins demonstrou preocupação com o segmento de baixa renda, financiado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Enquanto não houver recuperação de renda, outras fontes de subsídio, além do FGTS, são necessárias”, defendeu.

Queda de financiamentos pelo FGTS
Segundo o presidente da CBIC, a redução de financiamentos imobiliários com recursos do FGTS reflete o impacto do aumento de custos dos insumos nos preços dos imóveis em relação à capacidade de pagamento das pessoas. De janeiro a agosto, o crédito imobiliário com recursos do FGTS caiu 8,22%, para R$ 33,367 bilhões. Essa redução foi afetada, em parte, pela redução na procura por imóveis mais simples e baratos.

“O repasse de aumentos de custos para os preços dos imóveis começa a gerar um descasamento do valor do imóvel com a capacidade de compra. A questão é muito saliente quando se fala de habitação de interesse social”, pontuou Martins.

José Carlos Martins também afirmou que o aumento de custos de materiais e equipamentos durante a pandemia de covid-19 chega a 40%. “Daqui para frente, haverá redução porque teremos uma base de comparação elevada”, afirmou o presidente da CBIC.

Os altos índices de inflação que o Brasil enfrenta também atingiram o setor de construção. O aumento nos preços afeta diretamente os custos para manutenção e expansão da infraestrutura, já que praticamente todas as matérias-primas tiveram seus custos majorados.

Entretanto, o setor possui uma enorme demanda reprimida e a necessidade de investimentos cresce a cada ano. A Frenlogi trabalha no Congresso Nacional para o desenvolvimento da infraestrutura brasileira e pela modernização dos modais de transporte. E para concretizar esse objetivo, a Frente atua junto ao Governo Federal para ajudar a controlar os índices de inflação e para garantir cada vez mais recursos públicos às obras que desenvolvam o Brasil, gerem empregos e melhorem o ambiente de negócios nacional.


Fonte: Valor Econômico