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O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (21) o projeto que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA), por 54 votos a 13. A proposta (PL 2.159/21) traz novas diretrizes para os procedimentos de licenciamento ambiental em todo o país, com o objetivo de dar mais agilidade, segurança jurídica e previsibilidade à execução de obras e empreendimentos públicos e privados, especialmente os de menor impacto ambiental.

Presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (FRENLOGI), o senador Wellington Fagundes (PL-MT) comemorou a aprovação da matéria, que há mais de 20 anos aguardava avanço no Congresso. Para o senador, a nova legislação é fundamental para destravar o Brasil e reduzir o grande número de obras paradas em todo o território nacional.

“A legislação vai permitir destravar o Brasil e fazer com que a gente não tenha mais tantas obras inacabadas — como hospitais, escolas e sistemas de saneamento — esperando anos por uma licença ambiental. Em Rondonópolis, minha cidade, uma ponte está há mais de seis anos parada por falta de licença, o que tem resultado em acidentes e mortes. Isso é inaceitável, o cidadão não aceita mais”, afirmou o senador.

Entre as principais inovações aprovadas no Senado está a criação da Licença Ambiental Especial (LAE), com rito simplificado e prioridade de análise para projetos considerados estratégicos pelo Poder Executivo. O prazo máximo para a emissão será de um ano. A proposta também prevê a Licença por Adesão e Compromisso (LAC), modalidade simplificada com autodeclaração do empreendedor para atividades de baixo e médio impacto.

Outra mudança importante foi o retorno das atividades de mineração de grande porte ao escopo da lei — anteriormente retiradas no texto da Câmara. Já no caso da agropecuária, foram mantidas as exceções ao licenciamento, desde que cumpridas exigências ambientais específicas, como a regularização fundiária e autorização para supressão de vegetação nativa.

A relatora da proposta em Plenário, senadora Tereza Cristina (PP-MS), e o relator nas comissões, senador Confúcio Moura (MDB-RO), destacaram que o texto final aprovado busca o equilíbrio entre desenvolvimento e proteção ambiental, ao simplificar procedimentos sem abrir mão da responsabilidade com o meio ambiente.

“Essa nova legislação ambiental vai permitir que o Brasil avance com responsabilidade, promovendo desenvolvimento, geração de empregos e investimentos em infraestrutura, respeitando as exigências técnicas e a proteção ao meio ambiente”, concluiu Wellington Fagundes.

Regras mais rígidas contra irregularidades

Para reforçar o compromisso com a preservação ambiental, o Senado também aumentou a pena para o crime de construir ou reformar obras ou serviços poluidores sem licença ambiental. Atualmente, a punição prevista na Lei 9.605/1998 vai de um a seis meses de prisão. Com a nova redação, a pena passa a ser de seis meses a dois anos, podendo ser dobrada se o empreendimento estiver sujeito ao Estudo Prévio de Impacto Ambiental.

As novas regras também preveem mais rigor e transparência no uso de instrumentos como a LAC, que só será permitida para empreendimentos de pequeno ou médio porte e baixo ou médio potencial poluidor — com exigência de documentação técnica e relatórios de impacto ambiental.

Com as alterações feitas no Senado, o texto retorna agora à Câmara dos Deputados para nova análise.

Fonte: Senador Wellington Fagundes, com informações da Agência Senado.

Fotografia: Jefferson Rudy/Agência Senado