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A proposta que suspende a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) — que obriga caminhões basculantes a instalarem alertas sonoros e luminosos (PDL 12/24) — está em análise na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Os alertas sonoros são acionados quando a caçamba é levantada. O relator do projeto na comissão, definido na segunda-feira (7), é o deputado Hugo Leal (PSD-RJ), integrante da Frenlogi.

A exigência também se estende aos caminhões-tratores que rebocam veículos com carrocerias basculantes. A Resolução nº 859/2021 prevê sanções para o descumprimento da medida. O deputado Junio Amaral (PL-MG), autor do projeto, defende a suspensão da norma.

Segundo o parlamentar, a obrigatoriedade impõe custos desproporcionais a caminhoneiros e empresas. “Eles serão penalizados com o ônus dessas adaptações obrigatórias sem, contudo, serem causadores contumazes de acidentes envolvendo caminhões com carroceria do tipo basculante por imprudência ou imperícia”, argumenta.

Resolução do Contran

A Resolução nº 859/2021 do Contran estabelece exigências de segurança para caminhões com carroceria basculante e caminhões-tratores que operam reboques do mesmo tipo, obrigando a instalação de dispositivos de segurança primários e secundários — inclusive em veículos usados. A norma também torna esses dispositivos pré-requisitos para a obtenção do Certificado de Segurança Veicular (CSV), necessário ao licenciamento a partir de 2023 ou 2024, dependendo do final da placa. Além disso, prevê penalidades para o descumprimento, com base no Código de Trânsito Brasileiro.

Contudo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 12/2024 busca sustar os efeitos da resolução, sob a alegação de que ela extrapola o poder regulamentar do Contran ao impor custos excessivos, sem comprovação de que a ausência desses dispositivos seja causa recorrente de acidentes.

Um levantamento da Federação Nacional da Inspeção Veicular (Fenive), realizado em 2018, indicou que apenas 8% das irregularidades estavam relacionadas a esses equipamentos, o que enfraquece o argumento da norma. A proposta também apela à valorização da livre iniciativa e dos valores sociais do trabalho, destacando que os condutores já estão sujeitos a sanções legais por imprudência ou imperícia.

Próximos passos

A proposição, que visa regular matérias de competência exclusiva do Poder Legislativo – sem a necessidade de sanção do presidente da República – está em análise na Comissão de Viação e Transportes. Em seguida, será encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e, posteriormente, ao Plenário. Para entrar em vigor, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Fonte: com informações da Agência Câmara de Notícias