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Pandemia aumenta movimento de cargas no Brasil, aponta levantamento

Resultado foi impulsionado pelo comércio eletrônico, que ganhou força devido às restrições de mobilidade para combater a covid-19.

O Brasil registrou R$ 3 trilhões em movimentação de cargas no primeiro quadrimestre de 2021. No mesmo período do ano passado foram contabilizados R$ 2,1 trilhões, um aumento de 38%. As informações estão no relatório “Índice da Movimentação de Cargas do Brasil”, desenvolvido pela AT&M. A base de dados do relatório é formada por mais de 25 mil empresas, entre transportadoras, operadores logísticos e embarcadores.

De janeiro a abril deste ano, cerca de 327 milhões de documentos e pedidos de transportes foram realizados. No mesmo período do ano passado, foram 185 milhões de averbações.

Para Thiago Marques, CEO da AT&M, a covid-19 não prejudicou o desempenho do transporte de cargas. Segundo o executivo, o setor que mais contribuiu com os resultados foi o e-commerce – atividade que tem ganhado espaço todos os meses por conta da mudança de comportamento dos consumidores durante a pandemia.

O relatório também aponta que em 2020 foram registrados R$ 7,5 trilhões em movimentação de cargas, sendo que, em 2019, foram contabilizados R$ 6,8 trilhões – um acréscimo de 10%. Ao todo, 792 milhões de documentos de transporte foram realizados no ano passado.

Os valores mencionados se referem à soma de todos os tipos de cargas transportadas em território nacional nos modais rodoviário, ferroviário e hidroviário. Entram nesse cálculo os insumos para produção de diversos setores da indústria, produtos acabados, transferências de mercadorias para diferentes localidades, produtos importados e outros. Em 2020, cerca de 52% das movimentações de cargas registraram origem de embarque no estado de São Paulo. Na sequência, estão os estados de Minas Gerais (11,20%) e Rio Grande do Sul (5,16%).

Outro dado que mostra o avanço do setor logístico mesmo durante a pandemia foi o aumento das oportunidades de emprego. Levantamento publicado pelo Banco Nacional de Empregos (BNE) no dia 6 de junho – celebrado em todo o mundo como o Dia da Logística – apontou que o setor logístico registrou aumento de 37% em vagas abertas nos primeiros cinco meses de 2021. De janeiro a maio, foram 13.544 oportunidades, o que corresponde a uma média mensal de 2.708 vagas. No ano passado, as oportunidades no mesmo período somaram 9.859.

Essa expansão está relacionada à mudança comportamental dos consumidores após chegada da covid-19, conforme o diretor do BNE, Marcelo de Abreu. “Vimos um aumento das vagas desde o ano passado. Depois da chegada da pandemia, o consumidor se adaptou ao consumo online, optando por delivery e e-commerce, o que explica o crescimento do número de oportunidades do setor”, explica Abreu.

O segmento conseguiu bom desempenho mesmo durante o início da eclosão da pandemia e das restrições sociais mais severas, em abril e maio do ano passado. Ao analisar os primeiros cinco meses de 2019 e de 2020, o aumento foi de 10% na abertura de postos de trabalho. Em 2019, foram 8.666 vagas abertas contra 9.859 no mesmo período de 2020.

Os meses de janeiro e de fevereiro são os melhores momentos para se buscar oportunidades no setor, indica a avaliação dos últimos três anos. “Janeiro costuma ser um dos melhores meses no ano. Há 77% de aumento da movimentação do mercado de trabalho”, comenta Abreu. Algumas profissões se destacam nesse crescimento. Os 10 principais cargos mais buscados em logística são motorista, estoquista, operador de empilhadeira, entregador, motorista de caminhão, auxiliar de expedição, auxiliar de almoxarifado, auxiliar de estoque, conferente de estoque e ajudante de carga e descarga.

Apesar das dificuldades de locomoção e das restrições impostas pela pandemia em 2020, o setor de logística e transporte teve grande participação na economia mundial. Graças ao setor de frete, não houve desabastecimento de alimentos no Brasil. A Frenlogi reconhece o grande esforço realizado pelo setor, e trabalha no Congresso Nacional e junto ao Governo Federal para melhorar as condições de negócio e atuação no país.

Concessões de rodovias, melhorias na infraestrutura de transporte, redução de burocracias e menos impostos para os setores produtivo e de frete são algumas das posições defendidas pela Frenlogi. E para isso tudo acontecer, é preciso que órgãos federais, parlamentares, entidades de classe e todos os trabalhadores atuem em conjunto na busca por alternativas que ajudem na retomada da economia do Brasil.

Fonte: Jornal do Comércio