Compartilhe este post

O maior navio automotivo do mundo, o BYD Shenzhen, está a caminho do Brasil com uma carga de 7.000 veículos elétricos da montadora chinesa BYD. A embarcação, que partiu no fim de abril do porto de Taicang, na província de Jiangsu, deve atracar no Porto de Itajaí (SC) até o fim de maio — antes da próxima etapa de recomposição do Imposto de Importação para veículos eletrificados.

A chegada ocorre em um momento estratégico para a montadora: a partir de julho, a alíquota para veículos 100% elétricos (BEV) sobe para 25%, chegando a 35% em julho de 2026, mesmo valor dos modelos a combustão. Híbridos leves (MHEV) e plenos (HEV) passarão a 30% em julho, enquanto híbridos plug-in (PHEV) terão tarifa de 28%. As novas regras já preocupam o setor, que pressiona o governo por uma recomposição imediata da taxação.

O BYD Shenzhen marca o encerramento de sua viagem inaugural com essa escala no Brasil. Construído pelo China Merchants Group, o navio tem incríveis 219,9 metros de comprimento, 37,7 metros de largura e capacidade para transportar até 9.200 veículos em seus 16 conveses. Equipado com sistema de propulsão dual — a gás natural liquefeito (GNL) e combustível convencional —, pode atingir velocidade de até 18,5 nós (cerca de 34 km/h).

A entrega oficial do cargueiro foi realizada em 22 de abril de 2025. O navio é o quarto modelo roll-on/roll-off (RoRo) da BYD, que já conta com as embarcações Explorer No.1, Changzhou e Hefei, e prepara a incorporação de mais dois: Changsha e Xi’an.

O envio do Shenzhen ao Brasil reforça a estratégia de internacionalização da BYD, que vem intensificando suas operações no país desde 2024. A marca liderou o crescimento no mercado brasileiro de eletrificados no ano passado, com destaque para os modelos Song Pro e Dolphin Mini. Só no primeiro trimestre de 2025, a empresa exportou mais de 25 mil veículos usando sua frota própria — uma fração das 206 mil unidades vendidas globalmente no período.

Com a ampliação da frota marítima, a montadora busca reduzir custos logísticos e ganhar agilidade para atender à demanda crescente da América Latina, especialmente diante das incertezas regulatórias que cercam o setor de veículos eletrificados no Brasil.

Fontes: Folha de S. Paulo e BE NEWS

Fotografia: divulgação BYD.