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Na manhã desta sexta-feira (13), a Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (FRENLOGI) defendeu a construção de um poliduto para o transporte de biocombustíveis como prioridade estratégica para o setor de logística e energia no Brasil. A proposta foi apresentada durante reunião institucional com o Ministério dos Transportes, realizada no Senado Federal e por videoconferência.

O investimento em poliduto é pauta da Frenlogi desde 2024. O presidente da FRENLOGI, senador Wellington Fagundes (PL-MT), tem promovido reunião desde 2024 com a Empresa de Planejamento Energético (EPE), com a área de logística e abastecimento da Petrobras e hoje com a equipe coordenadora do Plano Nacional de Logística (PLN) 2050. O objetivo é debater projetos e ações que promovam maior eficiência na infraestrutura logística do país, com foco na redução de custos do transporte de combustíveis e biocombustíveis.

O encontro contou com a apresentação do Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050) pela subsecretária de Fomento e Planejamento do Ministério dos Transportes, Gabriela Avelino Ferreira. O plano do Governo Federal visa propor soluções estruturantes de transporte e infraestrutura para o país com horizonte até 2050.

Durante a reunião, o presidente executivo da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), Guilherme Nolasco, destacou que a produção de etanol a partir do milho cresceu de forma expressiva, mas enfrenta gargalos logísticos severos, especialmente pela distância entre os centros produtores do Centro-Oeste e os principais polos consumidores e portuários.

“Precisamos de infraestrutura que nos permita ser competitivos. Estamos produzindo muito, mas falta logística para entregar essa produção. A única alternativa é através dos dutos – podemos descer com etanol e subir com óleo diesel para tocar as nossas lavouras”, reforçou Nolasco.

Confira o crescimento da produção de etanol de milho pelo gráfico abaixo:

Jonas Alves, presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Mato Grosso (FACMAT), reforçou os entraves enfrentados na região. “A comunicação nas rodovias é precária, temos hidrovias sem avanço e aeroportos subutilizados. Cuiabá está no centro do país e precisa se transformar em um verdadeiro hub logístico”, afirmou. Ele também defendeu os investimentos em dutos como alternativa urgente.

O diretor de Relações Institucionais da FRENLOGI, Edinho Bez, comentou: “Temos solo fértil e vocação agrícola. O Brasil é um dos países mais promissores para investimentos em logística. O que precisamos é garantir viabilidade e segurança jurídica. A FRENLOGI está pronta para ser parceira do Ministério e dos setores produtivos”, declarou Bez.

A reunião também contou com a presença de Higor Guerra, presidente da Associação Nacional dos(as) Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra).

Poliduto: eficiência para o agro e o país

A construção de polidutos representa uma solução logística eficiente e sustentável para o agronegócio, especialmente em regiões produtoras como o Centro-Oeste. Além de reduzir custos com frete, os dutos aliviam o tráfego nas rodovias, diminuem emissões de gases poluentes e aceleram o transporte de produtos como grãos, etanol e combustíveis renováveis até os centros de consumo e exportação. A infraestrutura dutoviária fortalece a competitividade e a segurança da produção nacional.

Detalhes do PNL 2050

A subsecretária Gabriela Ferreira explicou que o PNL 2050 está estruturado em quatro etapas: coleta de dados, diagnóstico, priorização de deficiências e proposição de soluções. A equipe está na etapa de diagnóstico e prevê a entrega da etapa final em dezembro deste ano.

“Queremos construir um plano qualificado e com escuta ativa da sociedade. O PNL 2050 busca não apenas identificar gargalos, mas também promover soluções eficazes para tornar a logística brasileira mais eficiente e resiliente”, destacou Gabriela.

Ela também informou que os setores produtivos podem contribuir diretamente com o plano por meio da plataforma Participa +Brasil, canal oficial de escuta social do governo federal. “É possível enviar sugestões, apontar demandas e gargalos e indicar prioridades regionais. Essas contribuições são fundamentais para guiar o planejamento nacional”, completou.

Acesse a plataforma Participa+Brasil, clique aqui