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Emirados Árabes querem investir mais de R$ 100 bi no Brasil

No foto: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o CEO do Abu Dhabi Investment Group, xeque Zayed Bin Rashid Al Qubaisi

Os Emirados Árabes Unidos planejam investir no Brasil em setores como infraestrutura, exportação de produtos agrícolas, desenvolvimento industrial e defesa. Além disso, foi apresentado um projeto de reurbanização de favelas no Rio de Janeiro e a expansão da linha 4 do metrô. No total, os investimentos no país devem ultrapassar R$ 100 bilhões.

O fundo Mubadala Capital, também dos Emirados Árabes Unidos, já atua no metrô carioca por meio da concessionária da linha 4. O grupo, sediado em Abu Dhabi, pode contribuir ainda mais com conhecimentos logísticos e desenvolvimento urbano para a região do Rio.

A proposta foi discutida em uma reunião entre o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o CEO do Abu Dhabi Investment Group, xeque Zayed Bin Rashid Al Qubaisi.

“Isso mostra que o Brasil é um país de oportunidades. Hoje, há ativos baratos no setor imobiliário, de concessões, infraestrutura e energias renováveis. E o mundo está percebendo isso”, disse Mohamed Mourad, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

No Brasil, os Emirados Árabes Unidos também possuam presença forte no setor portuário, por meio da DP World, empresa de soluções de logística e cadeia de suprimentos. Com sede em Dubai, opera um dos maiores terminais privados no porto de Santos e vai inaugurar seis novos escritórios voltados para o setor de cargas no Brasil até o ano que vem. O país também já anunciou investimentos de R$ 15 bilhões para extração de minerais usados em baterias.

Os Emirados Árabes Unidos são o principal cliente do Brasil entre os 22 países que fazem parte da Liga dos Estados Árabes. No ano passado, compraram mais de US$ 4,5 bilhões (aproximadamente R$ 26,1 bilhões) em produtos brasileiros. O saldo positivo na balança comercial para o Brasil chegou a US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 20,9 bilhões). E esses números não param de crescer.

Em 2020, as exportações brasileiras somaram US$ 1,94 bilhão (aproximadamente R$ 8,9 bilhões). Em 2021, saltaram para US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 11,5 bilhões). Nos dois anos seguintes, foram de US$ 3 bilhões (aproximadamente R$ 17,4 bilhões) e, no ano passado, subiram mais de 40%. Os produtos agrícolas lideraram as vendas. As exportações de açúcar somaram US$ 1,14 bilhão (cerca de R$ 6,6 bilhões), as de carnes de aves, US$ 948 milhões (aproximadamente R$ 5,5 bilhões), e de carne bovina, o total foi de US$ 523 milhões (cerca de R$ 3,0 bilhões). E uma surpresa: os árabes compraram mais de US$ 347 milhões (aproximadamente R$ 2,0 bilhões) em óleo de petróleo. “O Brasil extrai e refina o petróleo, mas ele ainda importa uma boa parte daquilo que é consumido e exporta também uma parte daquilo que é extraído. Então, são complementares as exportações do petróleo para os países árabes”, explica Mourad.

Diversificação

Atualmente, as vendas de petróleo dos Emirados Árabes Unidos representam 17% do Produto Interno Bruto (PIB). O país diversifica cada vez mais os mercados, e essa variação nas exportações árabes está ligada até com o que eles compram do Brasil. As empresas do país importam o produto, fazem o beneficiamento e revendem para outros países.

“Emirados Árabes é um marketplace. Porque as exportações dos Emirados Árabes para o mundo somaram, ano passado, US$ 530 bilhões (aproximadamente R$ 3,1 trilhões). O PIB dos Emirados é de US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,9 trilhões). Ou seja, o país exportou mais de 100% do seu PIB”, concluiu Mourad.

Fonte: BE News e Estadão.