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O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, nesta quarta-feira (23), a continuidade do processo de licitação para concessão do canal de acesso aquaviário aos portos de Paranaguá e Antonina, no Paraná. A decisão foi tomada sob a relatoria do ministro Benjamin Zymler e está condicionada a uma série de ajustes que devem ser realizados antes da publicação do edital, prevista para o terceiro trimestre de 2025.

O projeto marca a primeira concessão brasileira de infraestrutura de acesso aquaviário em portos organizados e prevê investimentos totais de R$ 1,23 bilhão nos cinco primeiros anos de contrato, a partir de 2029. A futura concessionária será responsável pela ampliação, manutenção e operação do canal por 25 anos, com possibilidade de prorrogação por até 70 anos.

Entre os investimentos estão previstos: dragagem, derrocamento, sinalização, balizamento náutico, implantação de sistema de monitoramento e controle de tráfego de embarcações, além de estudos hidrográficos para assegurar a plena operação do canal.

O TCU determinou que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) promova alterações em cláusulas contratuais que possam comprometer a transparência e a independência da fiscalização. Um dos principais ajustes exigidos é a criação de um sistema integrado de ouvidoria, operado pela concessionária, com compartilhamento em tempo real das denúncias à Antaq e à Administração do Porto, sem filtragem prévia. Além disso, o sistema deverá ser auditável a qualquer momento pela agência reguladora.

A Corte também recomendou ao Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) que aperfeiçoe a metodologia de cálculo do desconto tarifário máximo, visando maior consistência entre as propostas e sustentabilidade financeira dos projetos. O fortalecimento do Comitê de Dragagem como instância consultiva no planejamento dos serviços também está entre as recomendações.

Durante a análise técnica, o TCU ressaltou ainda a necessidade de divulgação de documentos técnicos antes da publicação do edital, reforçando os pilares de transparência e segurança institucional do processo.

Segundo o ministro Zymler, o objetivo da licitação é selecionar um parceiro privado capaz de garantir a eficiência da infraestrutura portuária, essencial ao escoamento da produção nacional. O Porto de Paranaguá é o segundo maior do Brasil em movimentação de cargas, atrás apenas do Porto de Santos, e lidera a descarga de fertilizantes no país, sendo responsável por 33% do volume importado.

O terminal paranaense também será o primeiro do país a regularizar 100% de suas áreas por meio de arrendamentos e concessões. A iniciativa faz parte de um conjunto de aproximadamente 50 projetos de parceria público-privada no setor portuário conduzidos pelo governo federal.

Fontes: TCU e Poder 360.