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A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (28/05), audiência pública para discutir o PL 733/2025, que trata da modernização do sistema portuário brasileiro. O debate foi solicitado pelo dep. Leo Prates (PDT-BA) e reuniu representantes do governo, trabalhadores, entidades empresariais e especialistas do setor.

O projeto propõe a regulamentação da exploração dos portos, das atividades de operação e do trabalho portuário, com foco na melhoria da infraestrutura e na valorização das condições de trabalho. Segundo o parlamentar, trata-se de um tema estratégico para o país, com impactos tanto na logística quanto na economia nacional.

A audiência teve como objetivo colher subsídios técnicos e sociais para a análise da proposta legislativa. Participaram do debate, representantes do Ministério do Trabalho, da Marinha do Brasil, de federações de trabalhadores portuários, associações empresariais, importadores, exportadores e especialistas do setor logístico.

Durante a audiência, Jesualdo Conceição, presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) e do Instituto Brasil Logística (IBL), destacou a necessidade de ampliar a liberdade de contratação no setor. Segundo ele, a legislação atual prioriza a contratação de trabalhadores avulsos, o que, em sua avaliação, restringe a competitividade e a autonomia dos terminais.

Jesualdo argumentou que a proposta não extingue o regime de avulsos, mas permite que trabalhadores qualificados, vinculados ou não, tenham acesso às oportunidades de emprego no setor. “O objetivo é garantir que os terminais possam contratar de forma direta quando necessário, respeitando a legislação e promovendo uma transição justa para os profissionais atualmente no sistema”, afirmou.

Sérgio Aquino, presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (FENOP) e conselheiro do IBL, também manifestou apoio ao projeto, embora tenha ressaltado a importância de ajustes no texto. Ele destacou que o PL 733/2025 busca equilibrar as regras aplicáveis aos portos públicos e privados, além de atender recomendações do Tribunal de Contas da União e convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Representando o Ministério dos Portos e Aeroportos, Ana Carolina Souza do Bomfim, diretora do Departamento de Modernização Portuária, afirmou que o governo acompanha as discussões. Frederico Melo, gerente executivo de Relações do Trabalho da Confederação Nacional do Transporte (CNT), avaliou que o texto representa um avanço no ordenamento jurídico do setor. “A proposta busca reorganizar o sistema portuário, mas é fundamental garantir o equilíbrio entre a vontade coletiva e os direitos constitucionais”, afirmou.

Ao final do encontro, o deputado Leo Prates informou que outras audiências públicas serão promovidas para aprofundar o diálogo sobre a proposta.

Fofografia:Vinicius Loures/ Câmara dos Deputados e Fenop.