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Em visita ao Brasil, o presidente do Chile, Gabriel Boric, participou de uma série de encontros políticos e institucionais que reforçaram o compromisso entre Brasil e Chile com a integração sul-americana. A principal pauta foi o avanço da Rota Bioceânica de Capricórnio, um corredor logístico estratégico que promete transformar o comércio entre os países da região e ampliar o acesso ao mercado asiático.

No Congresso Nacional, Boric foi recebido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Nas reuniões, o presidente chileno destacou a importância das Rotas de Integração Sul-Americana, projeto que visa conectar os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de uma malha rodoviária que atravessa Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. “A integração da América do Sul depende de que sejamos capazes de entregar resultados concretos”, afirmou Boric.

Motta reforçou a disposição do Parlamento brasileiro em apoiar iniciativas de integração regional. “Este encontro é importante para identificar como o Parlamento brasileiro pode fortalecer essa amizade em termos que tragam benefícios concretos para nossos povos”, afirmou o presidente da Câmara.

Além da agenda no Legislativo, Boric também participou da mesa redonda “Oportunidades de Negócios e Investimentos Brasil-Chile”, promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com presença da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e do ministro da Economia chileno, Nicolás Grau.

Durante o evento, Simone Tebet anunciou que a Rota Bioceânica de Capricórnio está próxima de ser concluída e deverá estar em operação já em 2026. A obra mais emblemática do lado brasileiro, a ponte binacional entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai), tem entrega prevista para maio de 2026. “Este é um momento histórico. Estamos dando passos firmes rumo a um sonho muito antigo”, declarou Tebet.

O corredor, com mais de dois mil quilômetros de extensão, conectará os portos brasileiros de Santos, Paranaguá e Itajaí aos chilenos de Iquique, Mejillones e Antofagasta. Segundo Tebet, os custos com transporte poderão cair até dez vezes com a conclusão da rota, que inclui aduanas integradas e logística otimizada. A integração também poderá dobrar as exportações entre os países, promovendo trocas com alto valor agregado.

O presidente Boric reafirmou a prioridade do seu governo à iniciativa e destacou intervenções em portos chilenos para garantir a eficiência do trajeto, como a aquisição de gruas e construção de molhes. “Mais importante que falar sobre integração é realizar obras”, afirmou. O ministro Nicolás Grau explicou que o plano chileno está estruturado em cinco eixos: segurança, infraestrutura, logística portuária, articulação institucional e oportunidades privadas.

A Rota Bioceânica de Capricórnio é uma das cinco frentes do projeto Rotas de Integração Sul-Americana, lançado em 2023 no âmbito do Consenso de Brasília. O programa já resultou na inclusão de 190 obras no Novo PAC, com apoio de financiamentos internacionais no valor de US$ 10 bilhões.

Para a ministra Tebet, a integração regional é condição essencial para combater a pobreza e a desigualdade. “O Brasil não pode continuar de costas para a América do Sul, e a América do Sul não pode seguir de costas para o Brasil”, afirmou.

Fontes: Agência Câmara de Notícia e Ministério do Planejamento.