Ministro Tarcísio Gomes de Freitas disse que houve grande interesse de investidores estrangeiros pelos ativos brasileiros. Meta é alcançar R$ 260 bi em investimentos em infraestrutura até o fim de 2022.
O Ministério da Infraestrutura comemorou os resultados do roadshow realizado na semana passada à cidade de Nova York, nos Estados Unidos. A delegação brasileira apresentou um pacote de concessões de infraestrutura e transporte que será executado nos próximos meses no país, e o retorno inicial foi positivo: após conversas com mais de 40 instituições financeiras, o MInfra retornou com R$ 11 bilhões em créditos captados. Além disso, a pasta afirma que fundos estrangeiros estudam até abrir escritórios no Brasil para facilitar as negociações.
Durante reunião na quinta-feira (7), o Bank of America para a América Latina aprovou US$ 2 bilhões, o equivalente a R$ 11 bilhões, em crédito para investimentos em infraestrutura no Brasil. A informação foi passada pelo head da instituição, Alexandre Bettamio, ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. O ministro ainda não confirmou como serão repassados esses créditos, nem a forma de captação. Clique aqui e confira a reportagem no site do MInfra.
Entre os projetos está o leilão de 16 aeroportos – entre eles o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Congonhas, em São Paulo. O Ministério da Infraestrutura também vai conceder à iniciativa privada a Rodovia Presidente Dutra, o Porto de Santos e a Companhia de Docas do Espírito Santo (Codesa). A meta é fechar o ano com R$ 100 bilhões contratados e chegar à marca de R$ 260 bilhões previstos em infraestrutura até 2022.
Tarcísio de Freitas avaliou positivamente a incursão brasileira aos EUA. “A gente percebe um grande interesse pelo pacote de infraestrutura brasileiro, que já é uma realidade, que tem entregas para mostrar e isso foi muito ressaltado. Percebemos muito conhecimento dos nossos projetos e extremo interesse. É possível afirmar que teremos novos players nos nossos leilões que virão, que são leilões excelentes. O programa de infraestrutura do Brasil é uma grande realidade e vai transformar o nosso futuro”, celebrou o ministro.
O Ministério da Infraestrutura concedeu 34 aeroportos, 29 arrendamentos portuários, 99 contratos de adesão para terminais privados, mais de 2,5 mil quilômetros de ferrovias e cerca de dois mil quilômetros de rodovias à iniciativa privada desde 2019. “Temos que convidar os investidores para a festa, porque o nosso Programa de Concessões já é um sucesso e quem quer investir em infraestrutura no mundo tem obrigação de olhar o Brasil”, ponderou Tarcísio de Freitas.
Ferrovias
Um dos objetivos do Governo Federal é diversificar a malha de transportes do Brasil. Segundo o MInfra, cerca de 60% do transporte de carga brasileiro é feito pelo modal rodoviário atualmente. A meta é que a participação ferroviária salte de 20% para 40% de participação na matriz de transportes brasileira nos próximos anos.
Para viabilizar isso, o ministério criou em setembro o Programa de Autorizações Ferroviárias (Pro Trilhos) por meio da Medida Provisória nº 1065/21. O objetivo da medida é aumentar a concessão de autorizações ferroviárias no país, sejam elas para a construção de novos trilhos ou melhoria da estrutura já existente. A ideia é que os investidores não precisem mais de licitação e, sim, de uma autorização do Minfra para operarem no setor.
Até o último sábado (9), o Governo Federal já tinha recebido 19 solicitações para construção de novos trechos de ferrovias pelo Brasil. Ao todo, as autorizações devem injetar R$ 81,5 bilhões na implantação de 5.420 km de trilhos pela iniciativa privada, percorrendo 12 estados.
Ainda sobre esse tem, o Senado aprovou na terça-feira (5) o Marco Legal das Ferrovias (PLS 261/18), que agora segue para a Câmara dos Deputados. O texto – que foi relatado pelo senador Jean Paul Prates, integrante da Frenlogi, e que foi aprovado por unanimidade – acolheu a proposta das autorizações ferroviárias apresentada na MP 1.065. Tarcísio de Freitas comentou sobre a aprovação da proposta.
“Nós tivemos a aprovação, no Senado, do Marco Ferroviário, que permite as autorizações e isso abre uma nova perspectiva para a infraestrutura brasileira. E, seguramente, com esse passo, que traz segurança jurídica e coloca o marco como algo, como um passo definitivo, nós teremos ainda mais pedidos de autorização. O assunto está sendo extremamente debatido, causou um interesse muito grande e tenho certeza que isso vai concorrer para o impulso ferroviário, que vai nos proporcionar um reequilíbrio, um redesenho da nossa matriz de transportes”, acredita Tarcísio.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acredita que o marco é importante para modernizar o setor ferroviário brasileiro, “hoje marcado pela baixa utilização e eficiência na maior parte da malha”. Segundo o presidente da entidade, Robson Andrade, a proposta vai permitir que o modal cresça e proporcione recuperação de trechos ociosos.
A Frenlogi avalia como positivas as concessões de infraestrutura à iniciativa privada. Além de elevar o padrão de operações de transporte aos mais altos do planeta, o Brasil vive um momento de forte crise fiscal e econômica. Logo, é necessário criar novas formas de captar recursos para o país.
As concessões são muito importantes para desenvolver os modais de transporte e permitir que o Governo Federal se concentre nas principais demandas do povo, como a saúde, educação e criação de emprego. Porém, o país precisa colocar suas contas em dia para voltar a investir dinheiro público no setor de infraestrutura. Essa é uma ação básica para reinserir o Brasil no grupo das principais economias do mundo. Comércio forte se faz com tecnologia, transporte rápido e eficiente. A Frente trabalha ao lado do Poder Público e da iniciativa privada para desenvolver a infraestrutura nacional, criar empregos e gerar renda.
Fonte: Brasil 61