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Durante audiência da Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal com o ministro dos Transportes, Renan Filho, o presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (FRENLOGI), senador Wellington Fagundes (PL-MT), cobrou mais equilíbrio na destinação de obras entre os estados, especialmente nas concessões previstas para as BRs 364 e 163. “Tenho defendido que o Ministério dos Transportes tenha condições de atender às necessidades do Brasil, independentemente do governo de plantão. Inclusive, lutamos pela aprovação da PEC da Transição justamente para garantir recursos e dar continuidade às obras”, afirmou o parlamentar.

Fagundes destacou preocupação com o trecho da BR-364 entre Rondonópolis (MT) e Jataí (GO), atualmente em fase de estudos para concessão. Segundo o senador, o projeto concentra investimentos apenas no lado goiano da rodovia. “A população de Mato Grosso não aceita mais essa disparidade. Estamos falando de uma concessão de 30 anos sem obras previstas para o nosso lado”, alertou.

O ministro Renan Filho respondeu, comparando a situação de Mato Grosso à do estado do Pará, que também questiona a ausência de duplicações previstas na BR-163. Segundo ele, o contrato é adaptável e prevê obras adicionais conforme o fluxo de veículos aumente. “Se houver demanda, a duplicação será feita. Mas se incluirmos tudo no início, isso encarece a tarifa para o cidadão. Por isso, o contrato precisa ser flexível”, explicou.

Fagundes também relatou atrasos e falta de clareza no trecho urbano da BR-364, entre Rondonópolis e Pedra Preta (MT). “A cidade cresceu, os acidentes aumentaram, e não é possível esperar mais. A obra é um empurra-empurra entre DNIT e concessionária. Hoje, sequer há um projeto executivo atualizado”, denunciou. O parlamentar solicitou prazo de 15 dias para que o Ministério e a ANTT enviem resposta oficial sobre a existência e o status do projeto. O ministro comprometeu-se a averiguar a situação.

Outro ponto abordado pelo senador foi a BR-174. Ele pediu ações emergenciais para a travessia urbana de Cáceres (MT), que registra alto índice de acidentes, e destacou problemas na região de Comodoro, onde as obras ficaram paralisadas por mais de 20 dias. “Faltou planejamento adequado. Mesmo com a retomada, a comunidade segue prejudicada”, lamentou. O parlamentar também questionou sobre a ponte na divisa entre Goiás e Mato Grosso, na região da Cascalheira, e recebeu a confirmação do ministro de que a estrutura está pronta.

Sobre a PEC da Transição

Durante a audiência, o ministro Renan Filho afirmou que a PEC da Transição ajudou bastante nos projetos de infraestrutura do país. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição foi aprovada em dezembro de 2022 e convertida na Emenda Constitucional nº 126/2022, garantindo a execução do orçamento federal de 2023. A medida permitiu a exclusão de bilhões do teto de gastos, viabilizando o financiamento de programas sociais como o Bolsa Família, além de investimentos em áreas estratégicas, como saúde, educação e infraestrutura. A proposta foi articulada durante o processo de transição entre governos e teve como objetivo assegurar a continuidade de políticas públicas e compromissos já assumidos, sem violar regras fiscais em vigor.

Fotografia: Geraldo Magela/Agência Senado