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O Ministério dos Transportes apresentou, nesta segunda (12), em Nova York (EUA), o Programa de Otimização de Contratos a um grupo de investidores reunidos no terceiro diálogo sobre concessões de rodovias, promovido pelo GRI Club. Desenvolvida em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), a iniciativa busca reequilibrar concessões rodoviárias com baixo desempenho, viabilizando a retomada de obras e novos investimentos no setor.

A proposta tem potencial para destravar até R$ 110 bilhões em aportes até 2026, por meio da revisão de contratos considerados “estressados” — ou seja, com defasagens técnicas, financeiras ou de execução. A ideia é promover ajustes nos contratos vigentes, evitando a relicitação e acelerando a retomada de obras paralisadas em rodovias já concedidas à iniciativa privada.

Atualmente, 14 contratos já aderiram ao programa, abrangendo trechos em 13 estados: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Desses, cinco acordos já foram formalizados, com previsão de investimento de R$ 63 bilhões em rodovias estratégicas como a Fernão Dias e a Régis Bittencourt.

Durante a abertura do evento, a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, destacou a urgência em dar continuidade às obras paradas. “É uma inovação com um potencial imenso de investimentos. Essa é uma solução boa para a concessionária, boa para o usuário e boa para o país”, afirmou.

Já o secretário de Controle Externo do TCU, Nicola Khoury, ressaltou a importância da governança e do diálogo entre as partes. “No processo de solução consensual, o que chama a atenção é a capacidade do coletivo de construir uma saída que equilibre o interesse público com o privado. Os números são muito interessantes em termos de resultado”, disse.

O programa também tem despertado interesse internacional, especialmente por permitir a renegociação dos contratos sem nova licitação, desde que haja viabilidade técnica, jurídica e financeira. A mediação do TCU garante a segurança institucional necessária para que os ajustes contratuais sejam feitos por meio de termos aditivos. Nos casos em que não for possível manter o contrato vigente, o tribunal pode autorizar a relicitação antecipada.

Além da apresentação nos Estados Unidos, o Ministério dos Transportes já recebeu convites para levar o programa a fóruns em Londres (Inglaterra) e Paris (França).

Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reforçou a necessidade urgente de investimentos no setor. “O Brasil é o maior exportador líquido de alimentos do mundo e, para manter esse posto, precisa investir muito em infraestrutura. Hoje, precisamos de pelo menos R$ 500 bilhões por ano”, concluiu.

Fonte: Ministério dos Transportes.
Fotografia: Ministério da Infraestrutura, de 2022.