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A manutenção de safras recordes e o atual alto volume de produção de grãos têm gerado um novo desafio para o setor: a falta de infraestrutura de armazenamento. Além de provocar longas filas de caminhões nos arredores do Porto de Miritituba, localizado na cidade de Itaituba, no sudoeste do Pará, o Brasil enfrenta a necessidade urgente de ampliar sua capacidade de estocagem para acomodar toda a produção agrícola.

A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que, se a safra recorde de 2025 se confirmar, o Brasil enfrentará um déficit de capacidade para armazenar cerca de 118 milhões de toneladas de grãos.

Durante a feira Norte Show, fontes do setor ouvidas pela Jovem Pan destacaram que seria necessário um investimento anual de aproximadamente R$ 15 bilhões para suprir essa demanda. No entanto, os recursos atualmente destinados ao crédito para construção de armazéns giram em torno de R$ 7,8 bilhões por ano – pouco mais da metade do necessário.

Sem espaço para armazenar, muitos produtores são forçados a negociar rapidamente sua produção, em um período de maior oferta, o que acaba reduzindo os lucros. Para o presidente da Norte Show, em Sinop (MT), Moisés de Bastian, a situação exige uma ação urgente. “Precisamos de uma política de investimentos na área de armazenagem com urgência. O Brasil tem um déficit de cerca de 60%. Os armazéns existentes não conseguem guardar nem metade da produção. Precisamos usar os mesmos armazéns para colher a soja e, em seguida, o milho. Com isso, o produtor é obrigado a vender a soja mesmo com preços desfavoráveis. ”

O presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlog), senador Wellington Fagundes (PL-MT), defende que a questão da armazenagem vá além de políticas de governo e se torne uma prioridade de Estado.

“Temos que encarar isso como uma política de Estado, algo perene e permanente. Estamos trabalhando na Comissão de Agricultura e na Frente Parlamentar da Agropecuária para garantir que o programa de armazenagem continue, independentemente de quem esteja no poder”, afirmou Fagundes.

Em relação à colheita, Mato Grosso já concluiu 99,7% da área, seguido por Goiás, com 99%, e Tocantins, com 98%. O Rio Grande do Sul apresenta o menor percentual, com apenas 44% da área colhida até o momento.

Assista a reportagem da Jovem Pan, clique aqui.

Fonte: Jovem Pan.