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Foto: Cláudio Neves/Portos do Paraná, divulgado em Agência Câmara de Notícias

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou que o Projeto de Lei 733/2025, que propõe um novo marco regulatório para o setor portuário, deverá ser analisado por uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados. A definição da composição do colegiado deve ocorrer nos próximos dias, após reunião com o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

“Ficamos de conversar possivelmente na quarta-feira (16) ou na quinta-feira (17) sobre o papel institucional dessa comissão. Ele ficou de definir o presidente e o relator para que a gente possa, após a Semana Santa, iniciar os trabalhos na comissão, depois de instalada”, afirmou o ministro.

Atualmente, o projeto tramita na Comissão de Trabalho (CTRAB), sob relatoria do deputado Leo Prates (PDT-BA). No entanto, a possível criação de uma nova comissão poderá levar à escolha de um novo relator. O projeto tem como objetivo modernizar a exploração das atividades e operações portuárias no país.

A proposta gerou reações entre representantes do setor, que participam de um fórum com empresários e trabalhadores, acompanhado pelo Ministério de Portos e Aeroportos. O grupo pretende apresentar sugestões ao texto por meio da Comissão de Juristas para a Revisão Legal da Exploração de Portos e Instalações Portuárias (Ceportos), criada em março de 2024 por Arthur Lira (PP-AL) e presidida pelo ministro Douglas Alencar, do Tribunal Superior do Trabalho.

Segundo Costa Filho, ainda falta a definição do presidente e do relator da comissão especial. A reportagem da Agência iNFRA apurou que o deputado Arthur Maia (União-BA) foi cogitado para a relatoria da proposta. Já o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) confirmou ter recebido convite para a presidência, mas afirmou não ter interesse no posto.

Para o ministro, é necessário um debate amplo e integrado: “É importante o diálogo com o Ministério, Antaq, TCU, órgãos de controle, setor produtivo e classe trabalhadora, para modernizar essa lei valorizando o setor, mas também preservando conquistas dos trabalhadores. ”

Futuro focado em sustentabilidade

Durante o evento “Futuro das Concessões e PPPs”, promovido pela Agência iNFRA, o ministro destacou que a modernização do marco legal das concessões deve estar alinhada com a agenda de sustentabilidade. Ele defendeu a necessidade de considerar critérios ambientais e seguros nas futuras concessões.

“As novas concessões precisam dialogar com a nova agenda de sustentabilidade mundial e com as possíveis dificuldades ambientais que o Brasil possa enfrentar”, disse o ministro, durante debate sobre o PL 7.063/2017, que propõe mudanças na Lei de PPPs (Lei 11.079/2004).

Costa Filho enfatizou que um ambiente com mais segurança jurídica e previsibilidade é essencial para atrair investimentos em infraestrutura, gerando emprego e renda. “É fundamental que possamos construir um grande pacto nacional de apoio a essa pauta”, reforçou.

Para 2025, estão previstos 21 arrendamentos e uma nova concessão no setor portuário, totalizando R$ 19,85 bilhões em investimentos. No segmento aeroportuário, o programa AmpliAR deve impulsionar a infraestrutura regional, com destaque para a Amazônia Legal e o Nordeste, regiões que participarão do primeiro leilão.

Segundo o ministro, os avanços demonstram que o Brasil está no caminho certo para consolidar um ambiente moderno, sustentável e atrativo para investidores, com foco no desenvolvimento nacional.

Fontes: Ministério de Portos e Aeroportos e Agência Infra.