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Foto: Marcello Casal Jr, Agência Brasil

A tramitação do Projeto de Lei 733/2025, que trata da regulamentação das atividades e operações portuárias no Brasil, tem movimentado o setor de infraestrutura e logística. A proposta está atualmente em análise na Câmara dos Deputados e deve ter seu futuro redefinido após o recesso de Páscoa.

Segundo informações apuradas pelo BE News, o relator do texto na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTRAB) da Câmara, dep. Leo Prates (PDT-BA), deverá se reunir com o presidente da Câmara, dep. Hugo Motta (Republicanos-PB), para decidir se o projeto continuará tramitando nas comissões permanentes ou se será transferido para uma Comissão Especial. O encontro está previsto para ocorrer após o dia 18 de abril – devido à suspensão das atividades presenciais no Congresso durante o período da Semana Santa.

O Governo Federal, juntamente com representantes do setor empresarial e dos trabalhadores, tem defendido que a proposta seja analisada por uma Comissão Especial, que possibilitaria uma discussão mais aprofundada e técnica. A expectativa é de que esse grupo de trabalho conte com o suporte do Ministério de Portos e Aeroportos, que já acompanha a construção de um documento com sugestões de aprimoramento do texto proposto pela Comissão de Juristas para a Revisão Legal da Exploração de Portos e Instalações Portuárias (Ceportos).

Na última quarta-feira (9), o deputado Leo Prates oficializou o pedido de relatoria do projeto na CTRAB. Inicialmente, a função seria desempenhada pelo deputado Ivan Júnior (União-MA), que deixou a comissão com o retorno do deputado Juscelino Filho (União-MA) ao mandato parlamentar.

Caso a decisão final seja pela criação da Comissão Especial, um novo relator precisará ser designado. Enquanto isso, o projeto permanece sob responsabilidade da CTRAB, e, a partir de 11 de abril, estará aberto o prazo de até cinco sessões para a apresentação de emendas ao texto.

Impacto regulatório e importância estratégica

O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) e vice-presidente do IBL, Jesualdo Silva, destacou que o PL 733/25 propõe uma revisão completa da Lei dos Portos (Lei 12.815/13), o que exige atenção redobrada do Legislativo.

“Estamos falando de uma mudança estrutural no marco regulatório do setor portuário. É um projeto com grande amplitude, que exige uma visão sistêmica. A tramitação apenas pelas comissões permanentes pode comprometer essa abordagem. Por isso, defendemos a criação de uma Comissão Especial”, afirmou.

Jesualdo também ressaltou o papel estratégico do setor portuário para a economia nacional, em especial para o agronegócio: “Nosso agro é 100% exportado pelos portos. O setor é vital para a competitividade do Brasil no cenário global. Precisamos de eficiência e de custos mais baixos para enfrentar os desafios logísticos e geográficos. ”

Sérgio Aquino, presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop) e conselheiro do IBL, reforçou que a instalação da Comissão Especial já foi acordada pelos blocos partidários da Câmara. “A Comissão só deixará de ser criada se houver uma mudança de posição no colégio de líderes, que foi quem deliberou sua instalação”, explicou.

Aquino também integra o Fórum de Análise do projeto de lei, representando o setor empresarial. Do lado dos trabalhadores, participam a Federação Nacional dos Estivadores (FNE), a Federação Nacional dos Portuários (FNP) e a Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga (FENCCOVIB).

De acordo com Sério Aquino, desde dezembro, o Fórum mantém reuniões semanais com essas entidades laborais. “As federações têm defendido seus pleitos com firmeza, e estamos trabalhando juntos para buscar soluções equilibradas”, concluiu.

Fonte: com informações do BE NEWS.