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Investimento no setor eólico impactou em R$ 321 bi no PIB brasileiro entre 2011 e 2020

Levantamento da ABEEólica mostra retorno dos investimentos no setor, geração de empregos e redução de emissões de CO²

Um estudo publicado nesta terça-feira (22) pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) mostrou que os R$ 110,5 bilhões investidos na construção de parques eólicos no Brasil entre os anos de 2011 a 2020 tiveram retorno direto e indireto de R$ 321 bilhões na economia do país. O efeito no Produto Interno Bruto (PIB) nacional foi de 0,5% em média por ano.

O material foi elaborado por Bráulio Borges, pesquisador-associado do FGV-IBRE e economista-sênior da LCA Consultores. “Em alguns anos, em particular 2015 e 2020, esse efeito chegou a 0,8% do PIB, próximo disso. Estes foram anos de recessão muito forte no Brasil: 2015 na nossa recessão, 2020 já no contexto da pandemia, então o setor eólico ajudou inclusive a mitigar a retração do PIB brasileiro nesses anos”, afirmou o pesquisador.

O levantamento foi feito a pedido da ABEEólica. No período estudado, a fonte eólica obteve crescimento relevante na matriz elétrica brasileira: atualmente, responde por 11,46% da matriz energética brasileira, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Mais empregos e renda
Bráulio Borges traz em seu estudo que a construção dos parques eólicos gerou quase 196 mil empregos diretos e indiretos entre 2011 a 2020. Esse número equivale a 10,7 empregos por megawatt instalado no período. “Quando a gente vai para a fase de operação, que já é um emprego mais permanente associado ao tamanho do parque, a estimativa é de uma razão de 0,6 emprego por megawatt instado”, apontou Borges.

Impacto sobre o meio ambiente
O autor do estudo também relacionou o impacto sobre o meio ambiente e seus efeitos na economia. Boa parte dos recorrentes desastres climáticos – secas, tempestades, geadas e enchentes, por exemplo – são provocados pela poluição de rios e nascentes, pelo desmatamento de florestas e pelo aumento da emissão de gases que causam o efeito estufa (como o CO²).

Já existem estudos identificando e quantificando as relações entre a deterioração da atmosfera e do meio ambiente com a economia. Os principais efeitos se referem à queda da produtividade agrícola, a perda de capital físico em regiões costeiras por causa da elevação dos níveis dos oceanos, entre outros.

Nesse contexto, dados da própria ABEEólica apontaram que o valor das emissões de CO² evitadas está próximo de 0,1% do PIB, sendo equivalentes a R$ 9,7 bilhões. A estimativa é que, em 2024, 0,15% do PIB seja alcançado com o indicador chegando a R$ 15 bilhões. Em outras palavras: quanto mais se investe em energia eólica, menos o Brasil é afetado por alterações climáticas.

A Frenlogi e o Instituto Brasil Logística apoiam o uso e a difusão de fontes de energia elétrica limpas. Os recorrentes desastres climáticos que atingem o Brasil desde o fim de 2021 – com enchentes na Bahia, em Minas Gerais, em São Paulo e em Petrópolis – alertam sobre a necessidade do país aliar a geração de energia com a proteção ao meio ambiente.

No Congresso Nacional, a Frenlogi e o IBL trabalham para aumentar investimentos públicos em fontes energéticas verdes e para aprovar legislações que desburocratizem e incentivem o setor. A Frente tem participado ativamente das discussões sobre a privatização e recuperação da Eletrobras, por exemplo, e continuará a exercer seu compromisso de desenvolver o país com responsabilidade e respeito ao meio ambiente.


Fonte: Agência iNFRA e ABEEólica.