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Para acelerar logística agrícola do Brasil, presidente da Frenlogi coordena debate sobre construção da Fico

Segundo o Governo Federal, inauguração da pedra fundamental da Ferrovia de Integração Centro-Oeste ocorrerá em Mara Rosa (GO) na próxima sexta-feira (17).

A Frenlogi e o Instituto Brasil Logística participaram na tarde desta quinta-feira (9) de uma reunião online para debater a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, a Fico. O evento ocorreu presencialmente na Câmara Municipal de Água Boa (MT), e teve participação online de representantes da Valec, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e de instituições de ensino federais.

A Ferrovia de Integração Centro-Oeste é vista como fundamental nos planos do Governo Federal para expandir a capacidade logística do Brasil. A ideia é oferecer aos produtores agropecuários e minerais das regiões Norte e Centro-Oeste uma nova opção para escoar a produção aos portos brasileiros. Depois de pronta, a expectativa é que transportar pela Fico seja mais barato, menos poluente e com grande capacidade de transporte.

O primeiro trecho da ferrovia terá cerca de 383 quilômetros de extensão e vai ligar o município mato-grossense de Água Boa até Mara Rosa (GO). A obra está orçada em mais de R$ 8 bilhões, e será executada em parceria da Valec – empresa pública responsável pelo planejamento econômico e administrativo de ferrovias – com a mineradora Vale, como forma de compensação após a multinacional ser beneficiada pela prorrogação antecipada do contrato da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).

O diretor da ANTT Guilherme Theo Sampaio participou das discussões na tarde desta quinta-feira. Sampaio elogiou a parceria entre Governo Federal, parlamentares, empresários e autoridades dos municípios, e ressaltou o potencial econômico que vai decorrer com a construção da ferrovia.

“Temos projetado mais de R$ 8,7 bilhões em investimentos nos 5 anos previstos para a implementação da ferrovia, além da expectativa de que sejam gerados 116 mil empregos diretos e indiretos”, projetou Guilherme Sampaio. O diretor também anunciou que a inauguração da pedra fundamental da Fico ocorrerá em Mara Rosa no próximo dia 17 de setembro.

Washington Lüke, diretor de Empreendimentos da Valec, destacou que a instituição vai supervisionar a execução das obras pela Vale e que a Fico será uma referência em sustentabilidade. “A Fico é conhecida como uma ‘ferrovia verde’, atendendo a todas as exigências ambientais – tais como passagens de fauna e aterros inferiores a 20 metros de altura”, pontua Lüke. O representante também revelou que, atualmente, a Vale e a Valec estão trabalhando na desapropriação dos 30 primeiros quilômetros da Fico.

Valter Luís de Souza, diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional do Transporte (CNT), também participou do debate. O diretor lembrou em sua fala que a CNT – que representa mais de 160 mil empresas de transporte de todo o Brasil – atua em parceria com a Frenlogi para desenvolver o setor logístico nacional.

“Nós estamos envolvidos com o senador Wellington Fagundes [presidente da Frente] e com a Frenlogi para transformar o perfil de transporte do Brasil. Nós não podemos mais conviver com uma participação de apenas 20% de ferrovias nesse país. A ida da Fico até Água Boa é um ponto muito importante para que a ferrovia comece a chegar mais próxima da origem da carga”, disse Valter Luís de Souza.

Se reduzir as distâncias entre ferrovias e produtores é importante, facilitar o acesso dessas ferrovias aos portos do Brasil é ainda mais fundamental. Sérgio Aquino, que é presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop) e um dos integrantes do conselho gestor do Instituto Brasil Logística, destacou que o sistema portuário brasileiro é quem tem dado fluidez entre o agronegócio nacional e o comércio exterior. E as ferrovias possuem papel estratégico nessa relação.

“O nosso grande desafio não está nos terminais, assim como os desafios do agronegócio não estão ‘da porteira pra dentro’ das fazendas. Nosso grande desafio está nas conexões entre os polos de produção e os portos de escoamento. Estas conexões precisam avançar cada vez mais nas conexões ferroviárias e, quando possível, nas hidroviárias”, lembrou Aquino.

O presidente da Fenop também reforçou que as operações de carga e descarga dentro dos portos brasileiros estão entre as mais ágeis do mundo. Na avaliação de Sérgio Aquino, melhorar o acesso dos modais de transportes aos portos do país é o que realmente vai proporcionar vantagem competitiva à economia do Brasil.

O presidente da Frenlogi, senador Wellington Fagundes, é um dos grandes entusiastas da Ferrovia de Integração Centro-Oeste e trabalha no Congresso Nacional para garantir mais investimentos no setor da Infraestrutura. Durante as discussões do tema nessa quinta-feira, Fagundes ressaltou que os benefícios da construção da ferrovia não ficarão restritos à logística.

A ideia do senador é que as cidades que receberão os principais pontos de carregamento e transbordo também se desenvolvam. Por isso, Wellington Fagundes defende a instalação de unidades de educação e formação profissional – como a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) – nas cidades próximas à ferrovia. Além de capacitar futuros trabalhadores e gestores no frete, a ação também vai fomentar as economias locais.

“Nós queremos que a ferrovia chegue, mas também que a cidade [de Água Boa] esteja preparada pra isso. Desde a saúde, educação e outras áreas. Essa preparação é importante para que a gente possa fazer esse trabalho de forma organizada e que traga desenvolvimento socioeconômico sustentável”, pontuou o parlamentar.

E para dar suporte especializado aos projetos de infraestrutura que interessam ao país, a Frenlogi e entidades parceiras contam com a capacidade e atuação estratégica do Instituto Brasil Logística. O vice-presidente do IBL, Tiago Lima, ressaltou que os analistas e coordenadores do instituto analisam cenários, enxergam oportunidades e indicam ações e legislações que ajudem a desenvolver o Brasil.

“O Instituto Brasil Logística é o órgão técnico que dá sustentação à atuação parlamentar da Frenlogi. É composto por especialistas, técnicos e voluntários que têm como sua finalidade criar conteúdo para que parlamentares possam fazer sua atuação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. O tema das ferrovias é muito importante e muito relevante para o Brasil”, cravou Tiago Lima.

Você pode assistir o debate na íntegra no canal da Câmara Municipal de Água Boa no YouTube. Clique aqui e confira.


Texto: Rafael Oliveira, analista de comunicação do IBL e da Frenlogi.

Foto: Água Boa News.