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Empresas de logística respondem por boa parte dos investimentos em terminais portuários do Brasil

Atuação da iniciativa privada foi decisiva para reduzir preço do frete e modernizar transporte de grãos nos últimos 7 anos

O aporte financeiro feito por grandes empresários, produtores, tradings e grupos de logística desde o meio da década passada foi essencial para atualizar o transporte marítimo de grãos no Brasil. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Infraestrutura, mais de R$ 5,2 bilhões foram injetados em 60 projetos de infraestrutura portuária na região do Arco Norte desde 2014.

A cifra é conservadora, porque alguns empreendimentos não detalham seus investimentos. A lista inclui, ainda, 19 terminais públicos que foram concedidos à iniciativa privada desde 2017, os quais somam mais R$ 3,7 bilhões. Chega-se, dessa forma, a R$ 8,9 bilhões em investimentos.

Entre as dezenas desses investidores está a Amaggi, conglomerado que pertence à família do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi. Até dez anos atrás, a soja que era produzida ou comercializada pela Amaggi saía do Mato Grosso com, basicamente, dois destinos: o Porto de Santos ou os terminais de Porto Velho (RO), no Rio Madeira, após enfrentar mais de 1,2 mil quilômetros de percurso pela BR-319.

Em meados de 2010, a Amaggi decidiu entrar pesado na nova rota do Tapajós. Antes atuando com a própria produção, venda e logística de transporte de seus grãos, a empresa firmou parceria com a Bunge e montou uma estrutura em Miritituba para receber a carga que subia pela BR-163, encurtando o caminho até Santarém. “Foi uma aposta. Começamos a andar com a soja até Itaituba bem antes da rodovia BR-163 estar pronta”, diz Blairo Maggi.

Hoje, a Amaggi comercializa 12 milhões de toneladas de grãos por ano. Metade dessa produção, diz Blairo, já sai pelos portos da Região Norte do Brasil. “Mandamos 3 milhões de toneladas pelo Madeira e outros 3 milhões pelo Tapajós, que há poucos anos não existia como rota de transporte”, explica.

O executivo afirma que, nos últimos dez anos, Amaggi e Bunge investiram cerca de US$ 500 milhões na UniTapajós, empresa de logística que foi montada para apoiar o escoamento em Itaituba, até o porto de Vila do Conde, saída para o Atlântico.

“O produtor viu cair o preço do frete rodoviário para chegar a esses portos do Pará. Então, a tendência é que esses corredores do Arco Norte passem sobre os demais do Sudeste e Sul. Ainda tem margem de frete que vai ser retirada, conforme aumentar essa eficiência”, completa Maggi.

A participação da iniciativa privada no fomento à infraestrutura de transportes é fundamental. A Frenlogi apoia o investimento de empresários e produtores na modernização da cadeia de transportes nacional. Os aportes financeiros são necessários e urgentes para tornar mais competitivo o agronegócio brasileiro frente ao mercado internacional.

Além dos milhares de empregos diretos que a expansão e reforma dos terminais portuários do Arco Norte podem gerar, a transformação da logística de escoamento de produtos nacional pode criar novas possibilidades de negócios para o futuro. Com frete rápido, barato e eficiente, as empresas podem produzir mais, gerar mais lucro e contratar mais mão de obra. Efeitos positivos que serão primordiais para a retomada da economia do Brasil após a crise provocada pela pandemia.

Fonte: Estadão